28 de agosto de 2011

Obras para a Copa e Olimpíada desapropriam ilegalmente moradores no Rio de Janeiro

#O que está acontecendo?
Matéria retirada do site ESPN


Obras para a Copa e Olimpíada desapropriam ilegalmente moradores no Rio de Janeiro


Assista aqui os vídeos da ESPN sobre as obras para a Copa e Olimpíadas

As realizações da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, certamente mudarão a vida de milhares de brasileiros. Para os grandes empresários e dirigentes que comandam o esporte no país, os dois eventos serão enormes fontes de renda e, claro, motivos de muita festa e comemoração. 

Porém, essa não é e não será a realidade para boa parte da população. Inúmeras famílias cariocas já começaram a sofrer pelo descaso de quem coordena as obras na 'cidade maravilhosa'. E se você acha que os escândalos se localizam apenas em questões como superfaturamentos de estádios e praças esportivas, prepare-se para levar um choque.

O 'Histórias do Esporte', exibido na ESPN Brasil, neste sábado, trouxe grave denúncia de desapropriações desenfreadas de moradores no Rio de Janeiro, feitas longe do rigor da lei, por quem visa apenas o lucro.

Mais de 5 bilhões de reais serão aplicados pelo governo no transporte e nas vias expressas que cortarão a cidade. Neste orçamento (preliminar), parte do investimento está direcionado para a Trans-Oeste, que ligará a Barra da Tijuca às zonas mais afastadas, como o bairro de Campo Grande. E, no caminho de toda essa transformação, estão cidadãos de 'mãos-atadas', sendo atropelados pela poderosa máquina pública.

"O governo está construindo as vias, fazendo as reformas que eles julgam necessárias sem nenhum diálogo com a população e com a sociedade civil, sem apresentar os projetos e sem respeitar o direito de moradia das pessoas", acusa Clara Silveira, coordenadora geral do MNIM - RJ.

A justiça, no papel da defensoria pública, mudou de comportamento, e agora faz 'vistas grossas' aos movimentos que acabam com os direitos básicos do ser humano. Afinal, se não é para o povo, para quem é o esporte?


Remoção de famílias para obras da Copa e das Olimpíadas gera polêmica

#O que está acontecendo?
Matéria retirada do site G1

Remoção de famílias para obras da Copa e das Olimpíadas gera polêmica
Prefeitura do Rio diz que tenta reverter déficit habitacional, que é de 220 mil. Moradores reclamam de falta de informação e dos valores de indenização.


O processo de remoção de famílias e demolição de casas para as obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro gera polêmica. De um lado, moradores que terão que deixar suas residências para a realização de novos projetos afirmam que não foram devidamente avisados sobre as mudanças e reclamam das soluções propostas. Do outro, a prefeitura alega que tenta reverter um quadro de déficit habitacional que, segundo o secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, chega a 220 mil no município carioca.

O G1 foi a três comunidades (Morro da Providência, na Zona Portuária, e Vila Recreio II e Vila Autódromo, ambas na Zona Oeste da cidade) ouvir os moradores. (Veja no vídeo acima)

Em entrevista ao G1 por telefone, Bittar afirmou que o déficit habitacional é um dos grandes desafios da sua gestão. Ele nega que haja falta de informação e conta que criou uma comissão para resolver possíveis conflitos.

“O que a gente faz não é remoção, é política habitacional. Há alguns insatisfeitos, o que é natural. Vamos supor que eu vá fazer um corredor que passe pela sua casa e te pergunte se você prefere o corredor expresso, que melhora o sistema de transporte da cidade, ou que deixe isso para mais tarde para não mexer na sua casa. Claro que você vai preferir não sair de casa, mas a gente tem que pensar no interesse público da população”, defendeu o secretário.

De acordo com a prefeitura, as famílias têm três opções: indenização pelo imóvel derrubado; aquisição assistida, quando a prefeitura acompanha o processo de compra de outro imóvel; ou o aluguel social, no valor de R$ 400, enquanto aguardam o reassentamento definitivo.


Vila Recreio II
Na comunidade Vila Recreio II, na Zona Oeste do Rio, mais de 500 famílias já foram removidas para a construção da Transoeste, uma das quatro vias expressas que estão sendo construídas na cidade e que incluem a linha de BRT, o corredor de ônibus articulados. A nova pista vai ligar a Barra da Tijuca à Santa Cruz.

Na terça-feira (16), ocorreram as últimas demolições. Entre as casas, a do jardineiro Jorge Santos de Oliveira. “Faz cinco meses que eu moro de aluguel e as pessoas perguntam ‘por que você não foi atrás do aluguel social?’ Porque além de não cobrir o valor onde moro, para eu pegar o aluguel social eu preciso abrir mão da minha casa. Como eu vou abrir mão se eu não cheguei a uma conclusão com eles (autoridades públicas)? Então eu pago o meu aluguel”, explicou ele, que aguarda um processo na justiça, para aumentar o valor da indenização do seu imóvel.

Segundo a prefeitura, o investimento na obra será de R$ 805 milhões e, quando estiver concluída, a Transoeste vai diminuir em 50% o tempo gasto no trajeto. A previsão é de que a via fique pronta em 2012.


O mapa mostra as linhas de BRT que irão cruzar a cidade (Foto: Divulgação / Prefeitura do Rio)

















Jorge afirma que a população não participou do planejamento. “A gente queria conhecer o projeto e nunca ficamos sabendo, porque a lei diz que temos o direito de ajudar até a construir esse projeto, para saber realmente o que vai acontecer com a gente e isso não aconteceu”.

O imóvel da dona Maria da Conceição Apolinário da Silva, diarista, foi um dos primeiros a serem derrubados na Vila Recreio II. Em dezembro de 2010, ela recebeu uma indenização de R$ 17.752, pela casa de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda. Atualmente ela mora no bairro Jardim Maravilha, em Guaratiba, em uma residência que ela está pagando em prestações.

“Piorou tudo para mim, a minha vida que eu tinha era no Recreio, igreja, trabalho, tudo. Depois que mudei fique sem igreja, o trânsito piorou, meus vizinhos todos foram morar longe. Aqueles vizinhos de porta não tem mais”, disse ela.

O secretário garante que todas as famílias terão apartamentos de qualidade, com infraestrutura no entorno, em áreas próximas a onde residiam. Em relação às contestações dos valores das indenizações, Bittar explica que a avaliação dos imóveis é feita por técnicos da prefeitura, seguindo um decreto municipal. Segundo ele, o atual valor mínimo, para quem vive em barracos de madeira, é de R$ 25 mil.

De acordo com a Secretaria municipal de Habitação (SMH), de janeiro de 2009 a agosto de 2011, 12.812 famílias foram reassentadas. Dessas, 1.965 optaram por receber indenizações; 1.374 recebem a aquisição assistida; e 5.473 famílias que foram transferidas de áreas de risco recebem o aluguel social.

“É um desafio. As casas em situações irregulares a gente considera legítimo, porque o poder público foi incapaz de oferecer habitações de qualidade. Agora é um trabalho que vai perdurar durante oito ou 10 anos, para a gente zerar o déficit habitacional”, disse ele.

Morro da Providência
No Morro da Providência, na Zona Portuária do Rio, o projeto Morar Carioca prevê a construção de um teleférico que vai ligar a Central do Brasil e a Cidade do Samba ao topo da comunidade. A favela, que é a mais antiga da cidade, vai virar ponto turístico. As obras fazem parte do projeto Porto Maravilha, que tem como objetivo revitalizar a Zona Portuária do Rio. Outras obras, como um centro esportivo e um plano inclinado, também estão previstas na região. Para a realização dessas mudanças, casas estão sendo derrubadas desde fevereiro.

A líder comunitária Rosiete Marinho diz que nem ela e nem a população de lá sabem o que eles constroem e o que irão destruir. Ela critica o teleférico e diz que a comunidade precisa de posto de saúde e escolas. “Enquanto a gente tiver perna para subir a favela, para que eu vou botar um teleférico, se eu preciso de tantas outras coisas?”, questiona.

A SMH informou que novos apartamentos populares estão sendo construídos próximo à Providência, para receber os moradores. O projeto Morar Carioca também vai proporcionar rede de água e esgoto.

Bittar rebate a crítica de que os moradores não são informados sobre as obras. “Deve ser uma brincadeira, eu já fui pessoalmente três vezes. Semana passada fui naquela quadra (Américo Brum). O projeto ali nem é remoção, mas sim urbanização. Estamos produzindo unidades habitacionais. Ou foi alguém que não compareceu ou alguém de má fé, por razões políticas. O teleférico é um meio de transporte extremamente importante para a população”.

Vila Autódromo
Já na Vila Autódromo, na Zona Oeste, a situação é diferente das demais comunidades, pois ainda não houve demolições nem remoções. Cerca de 900 famílias lutam para permanecer no local, que surgiu com os pescadores, há 40 anos.

O projeto ali é o Parque Olímpico, que será construído na área hoje ocupada principalmente pelo Autódromo de Jacarepaguá. O projeto vencedor, anunciado na sexta-feira (19), foi o de uma escritório ingles de arquitetura. A empresa vencedora é mesma que trabalha no projeto das Olimpíadas de Londres, que acontecerão em 2012.

Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes não esclareceu o que será feito na comundiade, mas afirmou que as famílias serão reassentadas. "A ideia é o reassentamento, a gente já tem uma super alternativa para eles, aqui perto, mas a gente vai tratar disso no momento adequado, conversando com eles primeiro antes de falar com a imprensa", disse ele. Lideranças comunitárias que foram ao evento saíram sem saber sobre o plano para aquelas moradias.

De acordo com os moradores, as novas construções não irão atingir a vila, mas as casas foram marcadas para serem demolidas devido a uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI). Com ações na justiça há 19 anos, munidos dos termos de posse, eles afirmam que não sairão.

Mas segundo a SHM, a comunidade deverá ser reassentada próximo ao local, na Estrada dos Bandeirantes. “Eles irão morar em edifícios de qualidade, com áreas de lazer, escolas, creches, centro comercial.

Altair Antunes Guimarães, presidente da associação de moradores da Vila Autódromo, acredita que a especulação imobiliária – já que o terreno daquela região valorizou muito nos últimos anos – é que está por trás da remoção da comunidade.

“Massacrar uma comunidade por conta de uns jogos de 27 dias eu acho uma injustiça muito grande”, afirmou ele. “O desejo deles é de remover e o nosso desejo é de ficar. O diálogo deles não é um diálogo que nos interessa, o que nos interessa, na verdade, é o saneamento, a pavimentação”, completou.

Já o secretário acredita que os eventos esportivos que acontecerão no Rio são grandes oportunidades para os cariocas.

“Há gente que acha que jogos olímpicos e a Copa são só para rico e pobres não vão ganhar nada. Nós achamos que Copa e Olimpíadas são oportunidade para a cidade se transformar para melhor. A prefeitura está investindo R$ 5 bilhões em corredores, R$ 4 bilhões em conjuntos habitacionais. Quando que o município investiu tanto? É uma chance para atrair inclusive investimento do governo federal. O legado urbanístico e social dos jogos olímpicos serão muito mais importantes e maiores do que o legado esportivo”, disse Bittar.

Relatora da ONU faz críticas
A relatora especial das Nações Unidas pelo Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, denunciou - com base em documentos recebidos por defensoria pública, ministério público e líderes comunitários - violações da lei no atual processo de remoção.

“Dois principais aspectos que podem se constituir violação: um, tem a ver com o direito à informação e a participação dos atingidos. O que significa que todos os atingidos têm o direito de conhecer o projeto com antecedência, conhecer as propostas estabelecidas, seja de compensação ou reassentamento, e o direito de participar na definição disso, apresentar propostas alternativas (...) A segunda tem a ver com o destino das pessoas que vão ser atingidas. Jamais a situação pode ser pior do que a atual. Tem que ser igual ou melhor. Isso não tem a ver com a casa, o tamanho, mas envolve também acesso a infraestrutura, equipamentos educação, saúde, lazer, oportunidade de trabalho, de renda”, explicou.

Segundo ela, um documento com as denúncias foi enviado ao governo brasileiro em dezembro de 2010, mas até agora, oito meses depois, não houve retorno. A relatora internacional afirmou que vai preparar um novo material, para ser encaminhado à missão permanente do Brasil em Genebra, na Suíça. “Acho que é muito importante no Brasil se estabelecer um protocolo, para que essas coisas não se repitam”.

Na Câmara dos Vereadores, um grupo, liderado pelo vereador Eliomar Coelho (Psol), tenta instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias dos moradores.

23 de agosto de 2011

Romário pede envolvimento da presidente Dilma nas ações de despejo da Copa e da Olimpíada

#O que está acontecendo? 
Matéria retirada do site Romario.org

Romário pede envolvimento da presidente Dilma nas ações de despejo da Copa e da Olimpíada

Preocupado com as denúncias cada vez mais frequentes sobre desapropriações que têm violado o direito de moradia de milhares de famílias brasileiras, o deputado Romário (PSB-RJ) subiu à tribuna nesta tarde (22) para chamar a atenção das autoridades envolvidas na organização dos megaeventos esportivos.

“Tenho confiança de que a presidente Dilma deseja que os prazos dos preparativos para a Copa e a Olimpíada sejam cumpridos, mas não permitirá que isso seja feito atropelando a lei e os direitos das pessoas, comprometendo o futuro das nossas cidades. Espero que ela cuide desse tema com carinho”.

Em seu discurso, o socialista também citou o comunicado sobre violações do direito à moradia na preparação do Brasil para a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, elaborado pela relatora da ONU para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik. De acordo com o relatório, falta transparência, diálogo e negociação com as comunidades afetadas, no Rio de Janeiro e em mais sete cidades-sedes. “O Congresso precisa apurar essas informações, debater esse tema. Não podemos nos omitir”, cobrou.

Outro ponto destacado por Romário foi o baixo valor das indenizações oferecidas aos moradores que, segundo Raquel Rolnik, são limitadas e preocupam dada a valorização imobiliária nas áreas onde serão disputadas as competições. “Não é esse o legado que queremos. Não queremos que esses eventos esportivos signifiquem precarização das condições de vida da nossa população, mas sim o contrário. Também não podemos admitir, sob qualquer pretexto, que nossos cidadãos sejam surpreendidos por retro-escavadeiras para desalojá-los, destruir suas casas, como acontece na Palestina ocupada”, concluiu.

O deputado Romário já havia sido informado sobre as ações de despejo e aguardava mais informações sobre o assunto. No entanto, foi depois de assistir algumas cenas e ler algumas notícias e relatos fortes veiculados pela imprensa, que decidiu acompanhar mais de perto os processos das remoções.

Afonso Morais.

20 de agosto de 2011

Documentário "Atrás da Porta"

O documentário Atrás da Porta registra a experiência de arrombar prédios e criar novos espaços de moradia das famílias sem-teto do Rio de Janeiro. O filme expõe também uma série de despejos forçados pelo Estado e como esses despejos são o início de uma das maiores intervenções na cidade. No documentário, o projeto chamado de “revitalização” é questionado pelos próprios moradores de várias ocupações.




É o primeiro longa metragem de Vladimir Seixas, diretor formado em filosofia pela Uerj e Direção pela Darcy Ribeiro. O filme foi realizado em 2010.

Ver mais em
http://filmeatrasdaporta.blogspot.com/



VLADIMR SEIXAS
Direção, Montagem, Fotografia e Som Direto, Roteiro, Finalização e Produção.

CHAPOLIM
Assistência de direção, Fotografia e Som Direto.

Longa-metragem
92 min | Cor | NTSC | HD | 2010

16 de agosto de 2011

Maravilhas :: Rio Maravilha - Projeto Internacional de Fotografia no Morro da Providência

Rio Maravilha é o projeto de Fotografia de Giulio Di Meo, fotógrafo italiano, em colaboração com Mauricio Hora e a Associação Favelarte no morro da Providência, Rio de Janeiro - RJ.

O percurso foi montado para aproveitar a ocasião e fazer um registro histórico fotográfico das mudanças pelas quais a área portuária está passando, pensando não apenas nos imóveis, mas também nas pessoas e no patrimônio histórico e cultural que a área apresenta e que parece destinado a sumir com a chamada "revitalização" da Região Portuária.

Fotos de:
Gisella Molino
Eva Krampen Kosloski
Filippo Galimberti
Assistente: Alessia Scarpa
Produção: Laura Burocco

A Voz do Porto :: Vídeos Vozes da Missão

Nos dias 18-20 de maio de 2011, a Relatoria do Direito Humano à Cidade da Plataforma DHESCA Brasil organizou uma missão especial no Rio de Janeiro para investigar os impactos da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 em comunidades que estão sofrendo processos de remoção e despejo. Estas são as Vozes da Missão.










Mais informações: www.dhescbrasil.org.br e blog.witness.org

Participantes da missão incluem:
- Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro
- Conselho Popular do Rio de Janeiro
- Pastoral de Favelas
- Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU)
- Central de Movimentos Populares (CMP)
- Movimento Nacional de Luta pela Moradia
- Comissão de Direitos Humanos da Alerj
- Grupo de Trabalho - GT de Conflitos do Conselho das Cidades
- Rede Contra a Violência
- Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza - ETTERN-IPPUR/UFRJ
- Observatório das Metrópoles - IPPUR/UFRJ




E você? O que pensa? Deixe seu comentário!

14 de agosto de 2011

O que está acontecendo? :: Resistência na Providência!

Leia a matéria completa, por Luiz Baltar, no site Viva Favela.


O que está acontecendo? :: Rio TV Debate - Revitalização da Zona Portuária

Rio TV Debate - 30.06.2011 - Revitalização da Zona Portuária

O que está acontecendo? :: Moradores da Providência resistem contra demolição da Praça Américo Brum (RJ)

Matéria retirada do blog "Pela Moradia"

(Divulgação | Recebido via email)Por Lívia Duarte (Comunicação / FASE)

Café da manhã nesta terça-feira, 19, às 9h, é estratégia para resistir ao início das obras do projeto Porto Maravilha na comunidade.

Moradores do Morro da Providência estão mobilizados desde a manhã de hoje (18/07) em torno da praça Américo Brum para evitar sua demolição. Funcionários da prefeitura do Rio chegaram ao local cedo e informaram que amanhã a praça será cercada. A seguir, vem a demolição da área de lazer, onde há bares e uma quadra de futebol. Será o primeiro passo para a construção de teleféricos na comunidade, parte do projeto Porto Maravilha.

Apesar do anúncio das obras ter sido feito há mais de um ano, a prefeitura ainda não apresentou aos moradores o projeto, gerando insegurança na comunidade. A praça deve dar lugar a uma estação, mas ninguém sabe exatamente por onde passarão os teleféricos. A comunidade não foi consultada se o traçado é o que melhor atende às suas necessidades, reforçando a idéia que o “bondinho” é para promoção de um turismo questionável e não para melhorar a acessibilidade da população local. Lideranças do morro vão realizar um café da manhã comunitário amanhã, com início às 9h, para tentar impedir o início das obras. Os moradores temem que depois da área de lazer, suas casas sejam demolidas.

Há marcações da Secretaria Municipal de Habitação em diversas áreas da comunidade. As pixações que demarcam áreas a serem removidas também são feitas sem consulta aos donos das casas. Em relatório entregue ao Ministério Público Federal, especialistas ligados ao Fórum Comunitário do Porto estimam pelas marcações da SMH que entre 300 e 400 casas devem vir abaixo.

As alternativas oferecidas às famílias em situação de despejo são unidades de moradias populares localizadas na Zona Oeste da cidade, em regiões muito distantes do local onde elas vivem, trabalham, estudam, e sem qualquer infraestrutura urbana e sistema de transportes e serviços públicos essenciais capazes de suprir as necessidades dos seus habitantes. Além disso, a retirada da população não leva em conta os laços sociais e a preservação da memória da comunidade, considerada primeira favela do Brasil.

Mais informações:Rosietti – liderança local, Fórum Comunitário do Porto – 7113-7273

Rossana Tavares – arquiteta da Fase, Fórum Comunitário do Porto – 8502-3372

O que está acontecendo? :: Teleférico do Morro da Providência

Conheçam o projeto do Teleférico para o Morro da Providência.

Descrição: "O futuro teleférico do Morro da Providência vai transformar a realidade da comunidade. Com três estações, o moderno sistema de transporte vai integrar o bairro à Gamboa, na altura da Cidade do Samba, e à Central do Brasil. O projeto faz parte do Morar carioca, que vai urbanizar todas as favelas do Rio até 2020 e faz parte do caderno de compromissos da cidade para as Olimpíadas de 2016. Assista aqui à maquete em 3D."



E ai? O que você acha desse projeto? Deixe seu comentário!

11 de agosto de 2011

Maravilhas :: Projeto de arte urbana realizado no Morro da Conceição

No projeto "Morro da Conceição - Memórias Imaginadas", realizado por Vanessa Rosa (pesquisadora da Uerj) figuras imaginárias de personagens de outras épocas são pintadas nas ruas, em tamanho natural, misturando o cotidiano do passado com o cotidiano atual. As intervenções artísticas são realizadas no Morro da Conceição, uma área no centro do Rio de Janeiro que por não ter passado pelas grandes reformas urbanas do último século, remete os passantes facilmente a outras eras, evidenciando as diversas camadas da cidade. Diferente da maior parte da metrópole, povoada por imagens publicitárias que tentam seduzir os olhares ininterruptamente, esse lugar não tem espaço para anúncios e conserva suas ruelas com um casario de um ou dois séculos. Assim, propôs-se através da relação dos indivíduos do presente com aqueles do passado convertidos em imagens, tal como são imaginados hoje, uma reflexão sobre a construção de identidades e memórias locais e suas inserções na rede global de imagens.









Vale a pena conferir o resultado.

7 de agosto de 2011

O que está acontecendo? :: Obra no Porto do Rio começa no próximo mês


Matéria publicada no site do Estadão, dia 07/08/2011
Por Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo


Obra no Porto do Rio começa no próximo mês
Abertura da Avenida do Binário será o pontapé para megaprojeto de revitalização

Promessa antiga, a reforma da zona portuária do Rio começa a sair do papel em setembro, com o início da primeira de uma série de grandes obras programadas - a abertura da Avenida do Binário. Paralela à Rodrigues Alves, onde ficam os armazéns, a nova via permitirá, a partir de 2013, a demolição de 4 quilômetros do Elevado da Perimetral - o equivalente carioca ao Minhocão.

Convidado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) para presidir a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio, o engenheiro Jorge Arraes elogia a renovação urbana feita em Barcelona a partir de 1986, quando a cidade foi escolhida para receber as Olimpíadas de 1992. Mas acha que a reforma de Puerto Madero, em Buenos Aires, não é modelo para o Rio. "Apesar de ser um belo projeto, não tem vida, só tem turista."

Ele reconhece que as obras de transformação da zona portuária carioca, prometida para 2016, vão resultar na remoção de centenas de famílias de baixa renda - oficialmente, serão 300. Mas afirma que o objetivo é realocar moradores em prédios que serão construídos na própria região e ter um "mix de classes".

No fim de 2009, Paes mudou a legislação urbanística da região, autorizando a construção de prédios de até 50 andares. Arraes diz que a verticalização "não será desordenada". "Não faz sentido demolir a Perimetral e transformar a Rodrigues Alves em um paredão de prédios tipo Copacabana." Segundo ele, haverá recuo mínimo de 30 metros entre os prédios. "Vamos ter torres em centros de terrenos, sobrando espaço para todos os lados. E não será permitido cercar térreos com grades e muros."

Financiamento. O dinheiro a ser investido em infraestrutura será captado com a venda de títulos emitidos pelo município - os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Em junho, a gestão de serviços públicos na região passou a ser feita pelo Consórcio Porto Novo (formado pelas empresas OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia), responsável pelas obras. A Caixa Econômica Federal arrematou todos os títulos por R$ 3,5 bilhões. Agora, pretende começar a vendê-los a construtoras interessadas - quanto mais alto o prédio, mais elas deverão pagar.

"Estamos diante de uma operação imobiliária executada por empresas privadas, mas financiada, de forma engenhosa, com recursos públicos em terrenos públicos", disse, em seu blog, a relatora especial da Organização das Nações Unidas Raquel Rolnik. Denúncias de remoções arbitrárias para obras do chamado Porto Maravilha provocaram manifestações de Rolnik e da Procuradoria da República no Rio.

Paes argumenta que o projeto traz o centro para o foco, após "anos de crescimento desorganizado para a zona oeste". Arraes reconhece que o ritmo de venda dos Cepacs "é uma incógnita". "Estipulamos 15 anos. Vai depender da dinâmica do mercado. O fato é que no centro não há terrenos e a demanda é absurda. Fora a Barra, o que sobra com potencial é a zona portuária."

3 de agosto de 2011

Maravilhas :: 7 de Agosto - Projeto Internacional de Fotografia no Morro da Providência




Entre o dia 1 a 7 de agosto, 5 italianos acompanhados pelo fotógrafo italiano Giulio di Meo hospedaram-se na Casa Amarela, situada no topo do Morro da Providência e saíram em companhia de adolescentes da comunidade pra fotografar diferentes locais da área portuária.

Entre os lugares por onde o grupo passou, estão o Morro do Pinto, Morro do Livramento, Cemitério dos ingleses, Av.Rodrigues Alves com a Perimetral, o Jardim do Valongo e o Morro da Conceição. Além de Maurício Hora, fotógrafo residente na Providência, Carlos Machado, presidente da Associação Recreativa Cultual Afoxé Filhos de Gandhi e representante do Fórum Comunitário do Porto participou da definição da programação e acompanhou o grupo na descoberta desta maravilhosa área.

A programação foi montada pensando na possibilidade de aproveitar desta ocasião para ter como resultado final do curso um registro histórico fotográfico das mudanças pelas quais a área portuária esta passando, pensando não apenas nos imóveis mas também nas pessoas e no patrimônio histórico e cultural imaterial que a área apresenta, e que parecem destinadas a sumir com a chamada "revitalização" da Região Portuária.

As melhores fotos escolhidas que irão constituir este arquivo serão apresentadas ao ar livre numa projeção na fachada de um prédio próximo à Casa Amarela. Brincadeiras de crianças e uma seleção de antigos sambas acompanharão a festa!

Não perca!

Domingo, dia 7 de agosto, das 17 às 22h
Local: Pracinha da Igreja / Morro da Providência, a
o fim da escadaria, Praça Américo Brum - Rio de Janeiro, RJ

As Maravilhas do Porto!

O blog "As Maravilhas do Porto" nasceu com o intuito de reunir informações sobre a Região Portuária do Rio de Janeiro, mostrando toda sua riqueza cultural e histórica, além de divulgar os eventos que acontecem pela região. Através de fotos, vídeos, documentos e outras publicações, este blog pretende mostrar as inúmeras Maravilhas que o nosso Porto já tem.

Seja bem vindo!